segunda-feira, 31 de outubro de 2011

O Aguadeiro Indiano


O Aguadeiro Indiano


A querida Mentora Joanna de Ângelis apresentou a Divaldo um Espírito Tibetano que, oportunamente, através da sua mediunidade, narrou-lhe uma lenda muito bonita que sugerimos o título acima.

Vamos recontá-la com todo carinho e gratidão, pois esta lenda, recebida por Divaldo, além de enriquecedora oferece-nos momentos saudáveis de reflexão.

Nas manhãs ensolaradas da Índia, um jovem aguadeiro transportava dois jarros de barro presos nas extremidades de uma vara. Diariamente dirigia-se à uma bela fonte de onde minava água pura e leve que brilhava como cristal.

Depois de repletar os vasos com preciosa linfa, o rapaz levava-a para o seu amo. Passado alguns anos, sempre na mesma lida, um dos jarros trincara-se, dificultando o trabalho do aguadeiro...


Agora ele chegava à casa de seu senhor apenas com um jarro e meio de água, pois na caminhada o vaso trincado deixava vazar metade do precioso líquido.


Mesmo assim, o nosso jovem continuou trabalhando com os mesmos cântaros e com o mesmo bom ânimo.

Ia e vinha com muita alegria, cantando à luz do Sol.

Para o aguadeiro, o céu azul, as árvores, os pássaros e a fonte cantante constituíam belo cenário, impulsionando-o a viver e a amar a vida.


Um dia, o vaso rachado ficou com pena do aguadeiro e lhe sugeriu: - Por quê você continua trabalhando comigo? Estou trincado e velho, e você ao levar apenas metade do volume da água poderá desagradar seu amo. Deixe-me de lado e trabalhe apenas com um jarro, fazendo duas viagens para completar o volume desejado. Você pode me perdoar?

O rapaz, sorrindo, explicou-lhe: - Há um engano! Eu jamais me queixei por você apresentar uma rachadura. Pelo contrário, eu sempre o abençôo. Quando percebi que você estava trincado e derramava a água preciosa, umedecendo as terras férteis por onde eu passava, consegui várias espécimes de sementes de flores das mais variadas cores e perfumes, e espalhei-as em derredor, abençoando-as com a água que você derramava.


“Veja! O outro lado, o do vaso perfeito, continua seco, danificado, sem vida. Porém, no seu lado, no lugar da terra árida, ressequida, brotaram centenas de flores de todas as cores que alegram o ambiente perfumando a vida. As borboletas, os beija-flores, vem brincar em suas pétalas macias”.

E para que servem essas flores, se você não pode levar água ao seu senhor?” Indagou o jarro ainda incrédulo.

- Todas as manhãs preparo um belo ramalhete com essas flores e decoro a mesa do meu senhor. Ele fica tão feliz, que abre um largo sorriso para recebê-las, bem como o meu carinho.

“Se você não estivesse trincado, não teríamos o solo umedecido, a beleza e o perfume das flores para oferecer ao meu amo”.

Vamos trazer o feliz comentário de Divaldo acerca da bela fábula:

- Nessa estória tenho uma proposta filosófico-psicológica muito boa.

Em nossas imperfeições, temos também nosso meio de sobrevivência. Não há ninguém que seja tão perfeito, tão especialmente hígido em sua estrutura que não apresente uma rachadura, alguma debilidade. Mas se essa debilidade for canalizada de maneira edificante, ela reverdecerá o jardim de nossa existência e colocará flores e beleza.

Eis porque estamos na terra, para que as nossas imperfeições colaborem com o nosso auto-aprimoramento.

2 comentários:

  1. Perfeito! Tenho rachaduras, váarias delas, e nunca tinha olhado por esse lado! Fiquei muito contente e enriquecida com este texto! Deus te abençoe, e te ilumine sempre!


    Abraços.


    Cáhh Chaves.

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  2. Oi camila, obrigada pela sua participação.
    Deus abençõe você também.

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