quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Mantenha o seu equilíbrio


MANTENHA seu equilíbrio.
O equilíbrio depende da serenidade da mente.
Jamais se aborreça enm se exalte.
Não ligue importância às coisas passageiras que lhe vêm de fora.
Não se impressione com o que os outros dizem.
Siga a conduta ditada por sua consciência, e não perca seu equilíbrio.
Caminhe para a frente, alegre e certo de que há de vencer, por maiores que sejam as dificuldades do caminho.

Minutos de Sabedoria
Verso 163
C. Torres Pastorino

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Um pouco de Artur da Távola

De Olhos Fechados


DE OLHOS FECHADOS 
(Artur da Távola)

Há centenas de situações na vida, momentos de espera, uma viagem, uma sesta, enfim, vários, em que podendo fechar os olhos, não o fazemos. E entretanto é uma maravilha.
Aprendi por mim mesmo a ter dois comportamentos de olhos fechados. Um é o da meditação: deixo fluir o que me vem à mente, sem exercer qualquer controle racional ou pensamento dirigido. O que a mente fizer jorrar como uma fonte de água, é aceito sem censura. Nada de dirigir o pensamento para algo, um problema, uma recordação. A mente em seu fluir errático é que comanda. Às vezes o fluxo começa desordenado e caótico, mas com uns dez minutos, tudo vai se ajeitando e a gente pode ou não até entrar no sono fisiológico. O descanso que se segue é inimaginável. No caso de entrar no sono fisiológico, isto é, dormir um pouco ou cochilar, basta um minuto de desligamento total para que um fluxo de energia nos invada, prazenteiro. Mas se não cochilar, tudo bem. O fato de os pensamentos dimanarem livremente tem um potencial enorme de descanso e pacificação. E muitas vezes sem que se tenha fechado os olhos com essa finalidade, aparece magicamente a solução para algo que inquietava ou espoca, naturalmente e sem esforço, uma boa idéia. É formidável.
O outro comportamento que aprendi por mim mesmo, de olhos fechados é o do transporte e da sintonia. Aqui, em vez de deixar o pensamento fluir venha como vier, eu cenarizo, sim, faço um cenário imaginário, fixo-o bem na memória, com detalhes, e ali entram coisas, lugares e pessoas reais, vivas ou mortas. Ou então busco uma sintonia com o que me parece ser uma corrente de sintonia proveniente de espíritos de muita luz. E faço, sim, algum esforço de concentração para entrar em sintonia com aquela vida, seja atual ou remota. Por exemplo: certa vez, entrei, numa suave manhã de outono em uma Igreja pequena que existe numa ladeira de Santa Tereza. Ninguém lá. A paz era tanta que jamais me esqueci do fato. Pois de olhos fechados volta e meia retorno à Igreja e lá coloco mentalmente quem desejo, rezamos juntos ou pura e simplesmente apreciamos a paz. Tento reter e ampliar a sensação lá sentida. Retenho. E amplio. E como nesta experiência, repito muitas outras de minha vida. Por exemplo: amei, emocionado, a cidade de Bruges, na Bélgica. Pois para lá me transporto mentalmente, levo quem quero, vivo ou morto e faço um certo esforço (relativo) de recordar ruas passagens, aquele rio, algumas árvores inesquecíveis, converso com as pessoas ou a pessoa a quem levei e ambos vibram em uníssono com um sentimento comum que é mais um assentimento que outra coisa.
Cito esses poucos exemplos, mas possuo dezenas de cenários para onde me transporto de olhos fechados e vivencio tão fortemente que ao voltar para este mundo real chego a sentir pena de interromper a viagem. Terrível é quando chega alguém e interrompe tudo falando comigo ou se sai para a pior das brincadeiras para quem medita: "Acorda, isso não é hora de dormir".
Outro campo maravilhoso para os olhos fechados é a música. Não duvidem. Ouvir música de olhos fechados, deixando o pensamento livre é uma das maiores felicidades da vida.
E felicidade não é para quem quer. É para quem pode...

A vida ensina


A VIDA ENSINA 
(Artur da Távola)

Se você pensa que sabe; que a vida lhe mostre o quanto não sabe.
Se você é muito simpático, mas leva meia hora para concluir seu pensamento; que a vida lhe ensine que explica melhor o seu problema, aquele que começa pelo fim.
Se você faz exames demais; que a vida lhe ensine que doença é como esposa ciumenta: se procurar demais, acaba achando.
Se você pensa que os outros é que sempre são isso ou aquilo; que a vida lhe ensine a olhar mais para você mesmo.
Se você pensa que viver é horizontal, unitário, definido, monobloco; que a vida lhe ensine a aceitar o conflito como condição lúdica da existência.
Tanto mais lúdica quanto mais complexa.
Tanto mais complexa quanto mais consciente.
Tanto mais consciente quanto mais difícil.
Tanto mais difícil quanto mais grandiosa.
Se você pensa que disponibilidade com paz não é felicidade; que a vida lhe ensine a aproveitar os raros momentos em que ela (a paz) surge.
Que a vida ensine a cada menino a seguir o cristal que leva dentro, sua bússola existencial não revelada, sua percepção não verbalizável das coisas, sua capacidade de prosseguir com o que lhe é peculiar e próprio, por mais que pareçam úteis e eficazes as coisas que a ele, no fundo, não soam como tais, embora façam aparente sentido e se apresentem tão sedutoras quanto enganosas.
Que a vida nos ensine, a todos, a nunca dizer as verdades na hora da raiva. Que desta aproveitemos apenas a forma direta e lúcida pela qual as verdades se nos revelam por seu intermédio; mas para dizê-las depois.
Que a vida ensine que tão ou mais difícil do que ter razão, é saber tê-la.
Que aquele garoto que não come, coma.
Que aquele que mata, não mate.
Que aquela timidez do pobre passe.
Que a moça esforçada se forme.
Que o jovem jovie.
Que o velho velhe.
Que a moça moce.
Que a luz luza.
Que a paz paze.
Que o som soe.
Que a mãe manhe.
Que o pai paie.
Que o sol sole.
Que o filho filhe.
Que a árvore arvore.
Que o ninho aninhe.
Que o mar mare.
Que a cor core.
Que o abraço abrace.
Que o perdão perdoe.
Que tudo vire verbo e verbe.
Verde. Como a esperança.
Pois, do jeito que o mundo vai, dá vontade de apagar e começar tudo de novo. A vida é substantiva, nós é que somos adjetivos.

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Confia sempre...


Confia Sempre...

Não percas a tua fé entre as sombras do mundo.
Ainda que os teu pés estejam sangrando, segue para a frente, erguendo-a por luz celeste, acima de ti mesmo.
Crê e trabalha.
Esforça-te no bem e espera com paciência.
Tudo passa e tudo se renova na terra, mas o que vem do céu permanecerá.
De todos so infelizes osmais desditosos são os que perderam a confiança em Deus e em si mesmo, porque o maior infortúnio é sofrer a privação da fé e prosseguir vivendo.
Eleva, pois, o teu olhar e caminha.
Luta e serve.
Aprende e adianta-te.
Brilha a alvorada além da noite.
Hoje, é possível que a tempestade te amarfanhe o coração e te atormente o ideal, aguiolhoando-te com a aflição ou ameaçando-te com a morte.
Não te esqueças, porém, de qua amanhã será outro dia.

Chico Xavier/Memei

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Esteja em paz...

"Esteja em Paz...

Lembre-se da impermanência de tudo.

Torne-se o que você é.

Seja humilde.

Aceite que a Vida seja mestra da sua vida,

Aceite que a Inteligência Criadora seja a mestra da sua razão,

Aceite que a Beatitude Infinita seja a mestra da sua alegria,

Que o Espírito Santo seja o mestre do seu espírito,

Que o Espírito seja o mestre de sua alma,

Que a sua Alma seja a mestra do seu corpo.

Ame com inteligência e faça o que quiser.

Seja consciente e faça o que puder para a sua felicidade e o bem de todos."

JEAN YVES LELOUP

domingo, 6 de novembro de 2011

Conversar



A palavra é um fio de sons carregado por nossos sentimentos; em razão disso aquilo que sentimos é o remoinho vibratório que nos conduzirá a palavra ao lugar certo que nos propomos atingir.
Quando falamos, cada qual de nós apresenta o próprio retrato espiritual passado a limpo.
Conversando, dialogamos; dialogando, aprendemos.
Quem condena atira uma pedra que voltará sempre ao ponto de origem.
As artes são canais de expressão derivados do verbo: a escultura é a palavra coagulada, a pintura é a palavra colorida, a dança é a palavra em movimento, a música é a palavra em harmonia; mas a palavra, em si, é a própria vida.
Quando haja de reclamar isso ou aquilo, espere que as emoções se mostrem pacificadas; um grito de cólera, muitas vezes, tem a força de um punhal.
Sempre que possa e quanto possa abstenha-se de comentar o mal; a palavra cria a imagem e a imagem atrai a influência que lhe diz respeito.
Você falou, começou a fazer.
Não fale da treva para que a treva não comece a caminhar por sua conta.
Abençoadas serão as suas palavras sempre que você fale situando-se na posição dos ausentes ou no lugar dos que lhe ouvem a voz.
Livro – Respostas da Vida – André Luiz/Chico Xavier – Item 17