quinta-feira, 31 de março de 2011

Atritos - Roberto Crema




ATRITOS

Roberto Crema

Ninguém muda ninguém; ninguém muda sozinho; nós mudamos nos encontros.

Simples, mas profundo, preciso.

É nos relacionamentos que nos transformamos.

Somos transformados a partir dos encontros, desde que estejamos abertos e livres para sermos impactados pela idéia e sentimento do outro.

Você já viu a diferença que há entre as pedras que estão na nascente de um rio,

e as pedras que estão em sua foz?

As pedras na nascente são toscas, pontiagudas, cheias de arestas.

À medida que elas vão sendo carregadas pelo rio sofrendo a ação da água e se atritando com as outras pedras, ao longo de muitos anos, elas vão sendo polidas, desbastadas.

Assim também agem nossos contatos humanos.

Sem eles, a vida seria monótona, árida.

A observação mais importante é constatar que não existem sentimentos, bons ou ruins, sem a existência do outro, sem o seu contato.

Passar pela vida sem se permitir um relacionamento próximo com o outro, é não crescer, não evoluir, não se transformar. É começar e terminar a existência com uma forma tosca, pontiaguda, amorfa.

Quando olho para trás, vejo que hoje carrego em meu ser várias marcas de pessoas extremamente importantes. Pessoas que, no contato com elas, me permitiram ir dando forma ao que sou, eliminando arestas, transformando-me em alguém melhor, mais suave, mais harmônico, mais integrado.

Outras, sem dúvidas, com suas ações e palavras me criaram novas arestas, que precisaram ser desbastadas. Faz parte...

Reveses momentâneos servem para o crescimento.

A isso chamamos experiência.

Penso que existe algo mais profundo, ainda nessa análise.

Começamos a jornada da vida como grandes pedras, cheia de excessos. Os seres de grande valor, percebem que ao final da vida, foram perdendo todos os excessos que formavam suas arestas, se aproximando cada vez mais de sua essência, e ficando cada vez menores, menores, menores...

Quando finalmente aceitamos que somos pequenos, ínfimos, dada a compreensão da existência e importância do outro, e principalmente da grandeza de Deus, é que finalmente nos tornamos grandes em valor.

Já viu o tamanho do diamante polido, lapidado?

Sabemos quanto se tira de excesso para chegar ao seu âmago. É lá que está o verdadeiro valor...

Pois, Deus fez a cada um de nós com um âmago bem forte e muito parecido com o diamante bruto, constituído de muitos elementos, mas essencialmente de amor.

Deus deu a cada um de nós essa capacidade, a de amar...Mas temos que aprender como.

Para chegarmos a esse âmago, temos que nos permitir, através dos relacionamentos, ir desbastando todos os excessos que nos impedem de usá-lo, de fazê-lo brilhar.

Por muito tempo em minha vida acreditei que amar significava evitar sentimentos ruins.

Não entendia que ferir e ser ferido, ter e provocar raiva, ignorar e ser ignorado faz parte da construção do aprendizado do amor. Não compreendia que se aprende a amar sentindo todos esses sentimentos contraditórios e...os superando.

Ora, esse sentimentos simplesmentenão ocorrem se não houver envolvimento... E envolvimento gera atrito.

Minha palavra final: ATRITE-SE!

Não existe outra forma de descobrir o amor.

E sem ele a vida não tem significado.

terça-feira, 29 de março de 2011

Abro mão - Pablo Neruda


Quero apenas cinco coisas..

Primeiro é o amor sem fim

A segunda é ver o outono

A terceira é o grave inverno

Em quarto lugar o verão

A quinta coisa são teus olhos

Não quero dormir sem teus olhos.

Não quero ser... sem que me olhes.

Abro mão da primavera para que continues me olhando.


Pablo Neruda

Sobre o amor

Não te amo como se fosses rosa de sal, topázio

Ou flecha de cravos que propagam o fogo:

Te amo como se amam certas coisas obscuras, secretamente, entre a sombra e a alma.


Pablo Neruda

O amor

"O amor está no início, está no meio e está no fim.

É a primeira e derradeira lição na escola de existência.

Estamos aqui para aprender a amar e tudo mais vem por acréscimo.

Na medida em que você aprende a amar, naturalmente você serve, aprende a doar.

Alguns dão do que tem; outros do que sabem."


(Roberto Crema)

segunda-feira, 28 de março de 2011

O Princípio Inteligente




Chama-nos a atenção, a quantidade de vezes em que aparece em O Livro dos Espíritos, em versão eletrônica, o vocábulo “Inteligência”.
Cento e quarenta e quatro vezes, quando “Amor” aparece oitenta vezes, e “Princípio Inteligente“, que é a definição de Espírito, dezesseis vezes.

O espírito, que é criado simples e ignorante, e que tem como objetivo a perfeição, está inserido na Lei do Progresso, o que significa desenvolver sua inteligência.
O espírito Ferdinando, espírito protetor, em O Evangelho Segundo o Espiritismo, nos fala da missão do homem inteligente na Terra, primeiro nos alertando que por mais que saibamos, este saber tem limites muito estreitos na Terra, e em seqüência, que o uso deve ser para o bem de todos.

Mas, o que é ser inteligente?
O Homem tem buscado entender e quantificar a inteligência há muito tempo, mas foi no século XX que as pesquisas e descobertas se desenvolveram.

Em 1905, Alfred Binet e Theodore Simon criaram a Escala Binet-Simon, usada para identificar crianças com deficiência no aprendizado escolar.
Baixos resultados indicavam uma necessidade de intervenção mais aprofundada dos professores, mas não significava inabilidade para a aprendizagem.
Alcançou enorme sucesso.

Em 1912, Wilhelm Stern propôs o termo “QI” (quociente de Inteligência) para representar o nível mental, e introduziu os termos “idade mental” e “idade cronológica”, e o QI seria determinado pela divisão da idade mental pela idade cronológica.
Com o passar dos anos, alguns ajustes ocorreram, e finalmente em 1939, David Wesheler criou o primeiro teste de QI para adultos.

Durante quase todo o século XX o Homem maravilhou-se com o QI, e o utilizou largamente, identificando os mais diversos níveis de inteligência, endeusando, não poucas vezes, os portadores de altas pontuações, alçando-os a posições de destaques na sociedade, nos meios políticos e profissionais, e relegando, quase à marginalidade, os portadores de níveis normais e infranormais, quando não, manipulando-os segundo seus interesses.

Mas, assim como as grandes inteligências provocaram as grandes descobertas, produzindo o progresso tecnológico humano, produziram também catástrofes em larga escala – as grandes e pequenas guerras, por exemplo, produzindo dores e prejuízos sem monta.
E todos nós conhecemos pessoas inteligentíssimas que não são felizes, que possuem dificuldade de socialização, e outras simplórias, segundo a escala do QI, que são felizes e fazem os outros felizes.
Deduzimos então, que ser portador de alto índice de QI não é suficiente para dar ao homem o de que necessita para se sentir completo. Falta-lhe algo mais.

Na década de 1990, surgiu um outro tipo de inteligência, a “Inteligência Emocional”, denominada QE, cujo principal defensor, o norte-americano Daniel Goleman, trabalha a idéia de que o controle emocional contribui para o desenvolvimento da inteligência do indivíduo, e que a situação de violência e criminalidade do mundo de hoje é reflexo da cultura que se preocupou com o QI, esquecendo-se do lado emocional do ser humano.

É preciso trabalhar as emoções, corrigindo as reações instintivas, utilizando-as inteligentemente, controlando e evitando as negativas, o medo, a ansiedade e a raiva, que são as piores, e as positivas, a esperança é a maior delas, para viver melhor e produzir mais.
Emmanuel, muito antes, em “Pensamento e Vida”, já nos adverte sobre o controle das emoções, dado o impacto que as mesmas proporcionam ao nosso corpo físico, via perispírito, o que a ciência já tem comprovado largamente.
Segue-se que o QI nos mostra como funciona e como fazer, e o QE nos aponta como nos comportar diante da vida.

Evidentemente, não se trata de tornar-se frio diante dos acontecimentos, mas sim tirar proveito das emoções para viver melhor.
Ainda na década de noventa surgiu a idéia de que homem é portador de inteligências múltiplas, e que todas são passíveis de serem desenvolvidas, embora seja natural a que umas se mostram mais avantajadas do que outras.

Mas é no final do século vinte que aparece, com mais ênfase, a idéia de que o que falta no homem é desenvolver sua inteligência espiritual, para que possa se completar enquanto se humano.

A física e filósofa Danah Zohar desenvolveu amplo trabalho nesse sentido, e talvez tenha se tornado a maior porta voz da "Inteligência Espiritual", ou QS, em inglês, dizendo que é preciso se questionar se queremos vivenciar esta ou aquela situação, ou seja, se vale a pena enquanto seres humanos talhados para a extrapolar a materialidade em direção à subjetividade da moral superior.
A Dra. Danah identifica algumas características das pessoas desenvolvidas ou em desenvolvimento espiritual: praticar o autoconhecimento, não temer as adversidades, pensar no todo, praticar saudavelmente o "por quê?", ter compaixão, etc.

Para nós, espíritas, essas características não são novidades. Há cento e cinquenta e três anos a Doutrina Espírita vem nos conduzindo a esse entendimento, apontando-nos como alcançá-lo, explicando-nos os mecanismos da vida, suas leis, baseada na perfeita interpretação do evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo, nas obras de Kardec, e também nas obras subsidiárias.

Não se trata, porém, de abandonarmos o desenvolvimento dos QI e QE, mesmo porque o espírito, enquanto princípio inteligente, caminha, inexoravelmente, à perfeição, o que significa desenvolver-se por completo.

É o que podemos inferir da orientação do Espírito da Verdade quando nos aponta o "amai-vos e instrui-vos", sem nos direcionar a esse ou aquele ponto preferencialmente.

Finalmente, podemos deduzir que ser inteligente, na Terra, é seguir as orientações evangélicas, tais como o perdoar, ceder, socorrer, enfim, trabalhar no Bem e para o Bem, tirando proveito, espiritualmente, de todas as situações em que venhamos experimentar, para progresso de nossos espíritos.



Pensemos nisso.


Antonio Carlos Navarro

C. E. Francisco Cândido Xavier

S. J. do Rio Preto/ SP

quinta-feira, 24 de março de 2011

Emmanuel


O bem

"O homem, por sua vontade e ações, pode fazer com que os acontecimentos que deveriam ocorrer não ocorram, e vice-versa? – Pode, desde que esse desvio aparente caiba na ordem geral da vida que escolheu. Depois, para fazer o bem, como é seu dever e único objetivo da vida, ele pode impedir o mal, especialmente aquele que poderia contribuir para um mal maior." (O Livro dos Espíritos, Q. 860). Por este questionamento feito por Allan Kardec, podemos chegar a algumas conclusões: o Livre Arbítrio, poder de escolha do ser inteligente, obedece uma hierarquia onde a condição de espírito errante se impõe a de encarnado, quanto a elaboração e vivência do projeto reencarnatório, que visa a evolução moral do mesmo; existe uma flexibilidade no planejamento reencarnatório, deixando-nos claro a presença da misericórdia Divina, ao permitir alterações em nossas vidas; a prática do Bem é dever e único objetivo de vida para o espírito.

Esta última conclusão nos direciona diante da vida, porque deixa claro que se quisermos mudar nossas vidas para melhor, evitando acontecimentos menos felizes, será necessário mudar a forma de pensar e agir, desenvolvendo a vontade, quase sempre vacilante.

A nossa preocupação maior deve ser o aproveitamento de cada oportunidade de fazer o bem, instante a instante, das pequenas ações e favores do cotidiano a ações mais avantajadas rumo ao socorro e desenvolvimento da dignidade humana. Como nossas ações interferem, direta ou indiretamente, na vida das pessoas - o próximo - a reflexão antes da concretização se faz necessária para que possamos ter como resultado o bem estar nosso e alheio. É o que nos garante a lei de ação e reação.

Quando o Codificador insere "por sua vontade e ações" no questionamento, deixa claro que a inércia, a lamentação, o desculpismo e acusações quanto ao estado de nossas vidas são mecanismos ineficazes e complicadores ainda maiores, em função da mesma lei de ação e reação, uma vez que somos responsáveis pelo mal que praticamos e pelo bem que deixamos de fazer.

Concluindo, se não estamos satisfeitos com o estado de nossas vidas, ou tememos a "cobrança" do passado, o único caminho a tomar é mudar os valores íntimos, desenvolver a vontade e agir. Mas agir no bem, constante e sistematicamente, disciplinadamente, condicionando nossos espíritos a servir naturalmente de forma que o volume das boas ações, desinteressadas, possa se sobrepor aos erros do passado, fortalecendo e aliviando nossas consciências, que proporcionará, por sua vez, o estado de felicidade íntima que tanto buscamos. Antônio Carlos Navarro C. E. Francisco Cândido Xavier São José do Rio Preto - SP 31.12.2009

terça-feira, 22 de março de 2011

Fragmentos de Clarice


"Minha alma tem o peso da luz.
Tem o peso da música.
Tem o peso da palavra nunca dita,
prestes quem sabe a ser dita.
Tem o peso de uma lembrança.
Tem o peso de uma saudade. T
em o peso de um olhar.
Pesa como pesa uma ausência.
E a lágrima que não se chorou.
Tem o imaterial peso da solidão no meio de outros."

"A vida é igual em toda a parte
e o que é necessário
é a gente ser a gente."

" Às vezes eletrizo-me ao ver bicho.
Estou agora ouvindo o grito ancestral dentro de mim:
parece que não sei quem é mais a criatura, se eu ou o bicho.
E confundo-me toda.
Fico ao que parece com medo de encarar instintos abafados
que diante do bicho sou obrigada a assumir.
Não humanizo bicho porque é ofensa
- há que respeitar-lhe a natureza -
eu é que me animalizo.
Não é difícil e vem simplesmente.
É só não lutar contra e é só entregar-se.
Nada existe de mais difícil do que entregar-se ao instante.
Esta dificuldade é dor humana.
É nossa! "

"....Talvez desilusão seja o medo de não pertencer mais a um sistema. ...
O que eu era antes, não me era bom.
Mas era desse não-bom que eu havia criado um bem futuro...
Terei que correr o sagrado risco do acaso.
E substituirei o destino pela probabilidade.
Mas enquanto eu estava presa, estava contente?
ou havia, e havia, aquela coisa sonsa e inquieta em minha feliz rotina de prisioneira?"

"Tenho várias caras.
Uma é quase bonita, outra é quase feia.
Sou um o quê?
Um quase tudo".

"Não se preocupe em entender, viver ultrapassa todo o entendimento"

"Não entendo.
Isso é tão vasto que ultrapassa qualquer entender.
Entender é sempre limitado.
Mas não entender pode não ter fronteiras.
Sinto que sou muito mais completa quando não entendo.
Não entender, do modo como falo, é um dom.
Não entender, mas não como um simples de espírito.
O bom é ser inteligente e não entender.
É uma benção estranha, como ter loucura sem ser doida.
É um desinteresse manso, é uma doçura de burrice.
Só que de vez em quando vem a inquietação:quero entender um pouco.
Não demais: mas pelo menos entender que não entendo."

"Eu, alquimista de mim mesmo.
Sou um homem que se devora?
Não, é que vivo em eterna mutação, com novas adaptações a meu renovado viver e nunca chego ao fim de cada um dos meus modos de existir.
Vivo de esboços não acabados e vacilantes.
Mas equilibro-me como posso entre mim e eu, entre mim e os homens, entre mim e o Deus.
Vivo em escuridão da alma, e o coração pulsando, sôfrego pelas futuras batidas que não podem parar".

"Eu não tenho enredo de vida?
sou inopinadamente fragmentária.
Sou aos poucos. Minha história é viver.
E não tenho medo do fracasso.
Que o fracasso me aniquile,quero a glória de cair."

"Gosto dos venenos mais lentos!
Das bebidas mais fortes!
Das drogas mais poderosas!
Dos cafés mais amargos!
Tenho um apetite voraz.
E os delírios mais loucos.
Você pode até me empurrar de um penhasco que eu vou dizer:
E daí? Eu adoro voar!"

"Eu sou uma pergunta de certo.
Uma pergunta que não deseja ser respondida.
Que também não se contenta com as respostas porque acha tudo um tanto quanto relativo.
Meus braços são por demais pequenos para o mundo que eu quero abraçar.
E meu coração é por demais tortuoso para não causar espanto.
Quero tudo!
Agora!"

Clarice Lispector

Frases para refletir

Ser criativo é pensar sobre o seu modo de pensar.
Ser inovador é agir com base em suas idéias.
Rolf Smith

Em todo trabalho há proveito,
mas ficar só em palavras leva à pobreza.
Provérbios 14:23
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Deus às vezes usa o cansaço,
para que possamos compreender o valor do despertar.
Fernando Pessoa

Porque te esquecerás do cansaço,
e lembrar-te-ás dele como das águas que já passaram.
Jó 11:16
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Sorte é o que acontece quando a preparação
encontra a oportunidade.
Elmer Letterman

O Senhor é a porção da minha herança e do meu cálice;
tu sustentas a minha sorte.
Salmos 16:5
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Quando você é bom para com os outros,
é melhor para com você mesmo.
Benjamin Franklin

O que no seu coração comete deslize,
se enfada dos seus caminhos,
mas o homem bom fica satisfeito com o seu proceder.
Provérbios 14:14
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O costume de guiar-se sempre pela consciência,
chama-se retidão.
Manifesta-se no amor à verdade e dá
uma grande beleza e fortaleza ao caráter.
Juan Luis Lorda


Porque o Senhor Deus é um sol e escudo;
o Senhor dará graça e glória;
não retirará bem algum aos que andam na retidão.
Salmos 84:11
****
O fraco jamais perdoa,
o perdão é característica do forte.
Mahatma Gandhi

A este dão testemunho todos os profetas,
de que todos os que nele crêem receberão
o perdão dos pecados pelo seu nome.
Atos 10:43
****

segunda-feira, 21 de março de 2011

Espíritas, amai-vos...

Dizem que no início a Terra flutuava no Caos, mergulhada na noite, e que de um ovo da noite teria nascido o Amor. Após o seu nascimento, o Amor foi batizado com vários nomes, de acordo com sua atividade principal. Eros, por exemplo, referenciava-se ao amor erótico, sensual, de relação carnal. Vênus, representava o amor feminino. Mas o mais conhecido, inclusive pelas crianças é Cupido que, voltado para vida de relação entre dois seres, é o que chama mais a atenção.
Além do arco e flecha, que todos conhecemos, Cupido também carregava uma tocha, e o seu trabalho era produzir vida e alegria nas pessoas que ele alcançava e atingia.
Esta é uma interpretação da mitologia grega, que tenta interpretar e entender o Amor, no que ele tem de mais profundo.
Podemos também, por nossa vez, chegar a algumas conclusões, e a primeira delas é que o Amor é ativo, pois que "alcança e atingi" as pessoas. É o trabalho de busca às pessoas. E todo trabalho produz resultados, mais "vida e alegria".
A outra referência que podemos tirar de Cupido é a tocha. Ferramenta do amor, ela ilumina os caminhos e as pessoas com as quais se aproxima e convive.
Por comparação imediata, se as ações por nós perpetradas não dão as pessoas mais vida e alegria, mais claridade para seus espíritos, é sinal que ainda não atingimos a plenitude do Amor.
Embora tenhamos o referencial apresentado por Nosso Senhor Jesus Cristo, "Não há provas de amor maior, do que dar alguém a sua vida pelos seus amigos", ainda não compreendemos que amor é dar, e não receber.
E este é o primeiro problema que o extraordinário psicólogo humanista Erich Fromm diz que temos que resolver. Nós preferimos amar ou sermos amados? Nós reclamamos que não amamos ou que não nos amam? Fácil concluirmos que preferimos ser amados, e até exigimos isso.
Lembremo-nos de Santo Agostinho, "coloque-se no lugar daquele que recebeu o que você fez", e então teremos um referencial do nosso amor. Não é fácil sermos amados generalizadamente. Ainda somos muito imperfeitos, ou seja, orgulhosos e egoístas. Não pensamos em dar, e sim receber.
O segundo problema apresentado por Erich Fromm é o da escolha. Nós escolhemos quem vamos amar, ou a quem vamos manter o nosso amor. E é fácil comprovarmos essa afirmativa. Quem é mais fácil de se amar, um "Chico Xavier" ou um "Osama". E não necessariamente precise ser esse que pensamos de imediato, mesmo porque existem muitos com esse nome. Nós gostamos e amamos os que não dão trabalho, não nos ferem e não nos magoam, na maior parte das vezes. Talvez só as mães e uns poucos amam nessas condições.
Lembremo-nos de Jesus, "perdoai-os, não sabem o que fazem". Se levarmos em conta a Lei de Ação e Reação, aquele que vive hoje em sofrimento mais facilmente nos leva à compaixão e solidariedade, mas está resgatando débitos, portanto feriu, então por que não nos anteciparmos nesses sentimentos, e passarmos a amá-los enquanto no erro. A Codificação nos diz que "somos iguais diante de Deus e estamos todos buscando o mesmo objetivo, e sujeito às mesmas leis", e isso significa que aquele que fere terá, necessariamente, que resgatar suas dívidas, portanto terá sofrimentos. Aí deve entrar a compaixão, no mínimo em forma de oração.
O terceiro e último problema a ser resolvido é a escolha entre paixão e amor. Confundimos muito um com o outro. A paixão não nos deixa ver os defeitos, os vícios e as mazelas do objeto do nosso amor. E quando o fogo se acalma, passamos a notar os defeitos, e é nessa hora que Fromm nos diz que o amor deve ser desenvolvido. Todos temos defeitos e ainda problemáticos, e portanto devemos compreender que mesmo com defeitos as pessoas tem virtudes, e é nelas que devemos nos ater. Em vez da crítica e anotações menos felizes, o elogio, o incentivo, o apoio devem se fazer presentes, para que as pessoas possam se sentir amadas e incentivadas à mudanças. Vão se sentir felizes, como nós nos sentimos quando valorizados. Em troca, naturalmente, vão nos dedicar sentimentos mais agradáveis. Vão querer conviver conosco, amar-nos.
Amar é definido por Jesus como Lei Maior, e seu único mandamento pessoal "amai-vos uns aos outros, como eu vos tenho amado" também é a regra máxima, porque também está vinculada a Lei de Ação e Reação, e portanto, se quisermos receber amor, o caminho mais curto e garantido é o de dar amor. Mas não em determinadas circunstâncias e momentos, e sim por toda a vida, com exemplificou Jesus.
Pensemos nisso.

Antônio Carlos Navarro
C. E. Francisco Cândido Xavier
São José do Rio Preto - SP
05.02.2010.

Mãos fortes e limpas


Ilumina o coração para que o amor seja o laço do céu, a irmanar-te com todas as criaturas.

Purifica teus olhos para que os males da peregrinação terrestre não te pertubem a mente.

Defende os ouvidos contra as sugestões da ignorância e da sombra, a fim de que a paz interior não te abandone.

Clareia e adoça tua palavra para que o teu verbo não acuse e nem fira, ainda mesmo na hora da consagração da verdade.

Conduze teu pensamento à grande compreensão do próximo, ajudando os que te cercam, tanto quanto desejes ser por eles auxiliado.

Equilibra teus pés no caminho reto sem te precipitares aos abismos que tantas vezes surgem à margem de nosa vida, induzindo-nos à queda e ao desespero.

E, desse modo, terás contigo o tesouro das mãos fortes e limpaz para abençoar e servir, conduzir e curar em nome do Senhor.

André Luiz

(Psicografia: Chico Xavier)

segunda-feira, 14 de março de 2011

Um pouco de Carlos Drummond de Andrade


Quadrilha

João amava Teresa que amava Raimundo
que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili
que não amava ninguém.
João foi para os Estados Unidos, Teresa para o convento,
Raimundo morreu de desastre, Maria ficou pra tia,
Joaquim suicidou-se e Lili casou com J. Pinto Fernandes
que não tinha entrado na história.

Carlos Drummond de Andrade

Além da Terra, Além do Céu

Além da Terra, além do Céu,
no trampolim do sem-fim das estrelas,
no rastro dos astros,
na magnólia das nebulosas.
Além, muito além do sistema solar,
até onde alcançam o pensamento e o coração,vamos!
vamos conjugar
o verbo fundamental essencial,
o verbo transcendente, acima das gramáticas
e do medo e da moeda e da política,
o verbo sempre
amar,o verbo pluriamar,
razão de ser e de viver.

Carlos Drummond de Andrade

O Amor Antigo

O amor antigo vive de si mesmo,
não de cultivo alheio ou de presença.
Nada exige nem pede.
Nada espera,
mas do destino vão nega a sentença.
O amor antigo tem raízes fundas,

feitas de sofrimento e de beleza.
por aquelas mergulha no infinito,
e por estas suplanta a natureza.
Se em toda parte o tempo desmorona

aquilo que foi grande e deslumbrante,
o amor antigo, porém, nunca fenece
e a cada dia surge mais amante.
Mais ardente, mas pobre de esperança.

Mais triste? Não. Ele venceu a dor,
e resplandece no seu canto obscuro,
tanto mais velho quanto mais amor.

Carlos Drummond de Andrade

O Amor

Quando encontrar alguém e esse alguém fizer seu coração parar de funcionar por alguns segundos, preste atenção. Pode ser a pessoa mais importante da sua vida. Se os olhares se cruzarem e neste momento houver o mesmo brilho intenso entre eles, fique alerta: pode ser a pessoa que você está esperando desde o dia em que nasceu. Se o toque dos lábios for intenso, se o beijo for apaixonante e os olhos encherem d'água neste momento, perceba: existe algo mágico entre vocês. Se o primeiro e o último pensamento do dia for essa pessoa, se a vontade de ficar juntos chegar a apertar o coração, agradeça: Deus te mandou um presente divino: o amor. Se um dia tiver que pedir perdão um ao outro por algum motivo e em troca receber um abraço, um sorriso, um afago nos cabelos e os gestos valerem mais que mil palavras, entregue-se: vocês foram feitos um pro outro. Se por algum motivo você estiver triste, se a vida te deu uma rasteira e a outra pessoa sofrer o seu sofrimento, chorar as suas lágrimas e enxugá-las com ternura, que coisa maravilhosa: você poderá contar com ela em qualquer momento de sua vida. Se você conseguir em pensamento sentir o cheiro da pessoa como se ela estivesse ali do seu lado... se você achar a pessoa maravilhosamente linda, mesmo ela estando de pijamas velhos, chinelos de dedo e cabelos emaranhados... Se você não consegue trabalhar direito o dia todo, ansioso pelo encontro que está marcado para a noite... se você não consegue imaginar, de maneira nenhuma, um futuro sem a pessoa ao seu lado... Se você tiver a certeza que vai ver a pessoa envelhecendo e, mesmo assim, tiver a convicção que vai continuar sendo louco por ela... se você preferir morrer antes de ver a outra partindo: é o amor que chegou na sua vida. É uma dádiva. Muitas pessoas apaixonam-se muitas vezes na vida, mas poucas amam ou encontram um amor verdadeiro. Ou às vezes encontram e por não prestarem atenção nesses sinais, deixam o amor passar, sem deixá-lo acontecer verdadeiramente. É o livre-arbítrio. Por isso preste atenção nos sinais, não deixe que as loucuras do dia a dia o deixem cego para a melhor coisa da vida: o amor.


Carlos Drummond de Andrade

O anúncio

O dono de um pequeno comércio, amigo do grande poeta Olavo Bilac, abordou-o na rua:
-Sr Bilac, estou querendo vender meu sítio, que o senhor tão bem conhece. Será que o senhor poderia redigir o anúncio para o jornal?
Olavo Bilac apanhou um papel e escreveu:
"Vende-se encantadora propriedade, onde cantam os pássaros ao amanhecer no extenso arvoredo, cortada por cristalinas e marejantes águas de um ribeirão. A casa banhada pelo sol nascente, oferece a sombra tranqüila das tardes, na varanda".
Meses depois, topa o poeta com o homem e pergunta-lhe se havia vendido o sítio.
- Nem penso mais nisso - disse o homem - Quando li o anúncio é que percebi a maravilha que tinha!
Às vezes não descobrimos as coisas boas que temos conosco e vamos longe atrás de miragens e falsos tesouros.
Valorize o que você tem, a pessoa que está ao seu lado, os amigos que estão perto de você; seu emprego, o conhecimento que você adquiriu; sua saúde; o sorriso e tudo aquilo que Deus nos proporciona diariamente em nossas vidas.
(Autor desconhecido)

- - - - - -

Olhai para as aves do céu, que nem semeiam,
nem segam, nem ajuntam em celeiros;
e vosso Pai celestial as alimenta.
Não tendes vós muito mais valor do que elas?
Mateus 6:26

quarta-feira, 9 de março de 2011

A flor da honestidade


"Conta-se que por volta do ano 250 A.C., na China antiga, um príncipe da região norte do país estava às vésperas de ser coroado imperador mas, de acordo com a lei, ele deveria se casar. Sabendo disso, ele resolveu fazer uma "disputa" entre as moças da corte ou quem quer que se achasse digna de sua proposta.

No dia seguinte, o príncipe anunciou que receberia, numa celebração especial, todas as pretendentes e lançaria um desafio. Uma velha senhora, serva do palácio há muitos anos, ouvindo os comentários sobre os preparativos, sentiu uma leve tristeza, pois sabia que sua jovem filha nutria um sentimento de profundo amor pelo príncipe.

Ao chegar em casa e relatar o fato a jovem, espantou-se ao saber que ela pretendia ir a celebração, e indagou incrédula: - Minha filha, o que você fará lá? Estarão presentes todas as mais belas e ricas moças da corte. Tire esta idéia insensata da cabeça, eu sei que você deve estar sofrendo, mas não torne o sofrimento uma loucura.

E a filha respondeu: - Não, querida mãe, não estou sofrendo e muito menos louca, eu sei que jamais poderei ser a escolhida, mas é minha oportunidade de ficar pelo menos alguns momentos perto do príncipe, isto já me torna feliz. À noite, a jovem chegou ao palácio. Lá estavam, de fato, todas as mais belas moças, com as mais belas roupas, com as mais belas jóias e com as mais determinadas intenções.

Então, finalmente, o príncipe anunciou o desafio: - Darei a cada uma de vocês, uma semente. Aquela que, dentro de seis meses, me trouxer a mais bela flor, será escolhida minha esposa e futura imperatriz da China. A proposta do príncipe não fugiu às profundas tradições daquele povo, que valorizava muito a especialidade de "cultivar" algo. O tempo passou e a doce jovem, como não tinha muita habilidade nas artes da jardinagem, cuidava com muita paciência e ternura a sua semente, pois sabia que se a beleza da flor surgisse na mesma extensão de seu amor, ela não precisava se preocupar com o resultado. Passaram-se três meses e nada surgiu. A jovem tudo tentara, usara de todos os métodos que conhecia, mas nada havia nascido. Dia após dia.


Por fim, os seis meses haviam passado e nada havia brotado. Consciente do seu esforço e dedicação a moça comunicou a sua mãe que, independente das circunstâncias retornaria ao palácio, na data e hora combinadas, pois não pretendia nada além de mais alguns momentos na companhia do príncipe.

Na hora marcada estava lá, com seu vaso vazio, bem como todas as outras pretendentes, cada uma com uma flor mais bela do que a outra, das mais variadas formas e cores. Ela estava admirada, nunca havia presenciado tão bela cena. Finalmente chega o momento esperado e o príncipe observa cada uma das pretendentes com muito cuidado e atenção. Após passar por todas, uma a uma, ele anuncia o resultado e indica a bela jovem como sua futura esposa.

As pessoas presentes tiveram as mais inesperadas reações. Ninguém compreendeu porque ele havia escolhido justamente aquela que nada havia cultivado. Então, calmamente o príncipe esclareceu: - Esta foi a única que cultivou a flor que a tornou digna de se tornar uma imperatriz: A flor da honestidade. Pois todas as sementes que entreguei eram estéreis.

Se para vencer, estiver em jogo a sua honestidade, perca. Você será sempre um vencedor."

(Autor desconhecido)

terça-feira, 8 de março de 2011

Estar em paz!

Doce Harmonia

Você já parou para ouvir o canto dos pássaros?
A melodia das cachoeiras?
Você já parou clamamente para ver o esplendor do céu?
A luz da lua?
O encanto da natureza?
Essas músicas fazem parte desse encanto; e convidam você a se encontrar com a Paz, com a serenidade e com a Meditação.
Porque você é melodia, e é parte muito importante na natureza.
Você já parou para se olhar?
Já descobriu a beleza que tem dentro de você?
Ou não?
Vive quase sempre em busca de posições, de fama, de dinheiro, tudo bem; só que isso passa...
Qual seu endereço no futuro?
Não esqueça que você é feito de beleza e faz parte desse harmonioso e maravilhoso universo.
Vocé é vida!
Você é luz!
Pare um pouco e pense nisso.
Você será, queira ou não, o resultado de suas ações.
Existe uma vida linda te esperando.
Ame, porque a luz que te criou existe no teu coração.

Nando Cordel

Doce Natureza

Eu ainda não sei controlar direito
a natureza exuberante e maravilhosa
que existe dentro de mim;
As árvores da minha bondade
ainda não dão frutos cem por cento doces;
O rio dos meus pensamentos,
ainda não despoluiu totalmente;
A lua cheia da minha vida,
não consegue clarear indistintamente;
O mar da minha bondade,
e suas ondas gigantes ainda machucam;
A chuva da compaixão do meu verão,
ainda causam inundação;
O céu azul do meu planeta íntimo,
se veste de roxo vez em quando;
Preciso tomar providências:
apesar de ser difícil, vou à luta.
Eu quero colocar na minha noite,
lampiões e depois estrelas;
Eu quero engravidar de Amor;
voar nas asas da Sabedoria e da Caridade;
E com muita certeza no coração,
dar à luz a uma vida plena.


Nando Cordel

sexta-feira, 4 de março de 2011

Alma Gêmea


ALMA GÊMEA

Alma gêmea da minh’alma,
Flor de luz da minha vida
Sublime estrela caída
Das belezas da amplidão!...

Quando eu errava no mundo
Triste e só, no meu caminho,
Chegaste, devagarinho,
E encheste-me o coração.

Vinhas na bênção dos deuses,
Na divina claridade,
Tecer-me a felicidade,
Em sorrisos de esplendor!...

És meu tesouro infinito,
Juro-te eterna aliança,
Porque eu sou tua esperança,
Como és todo o meu amor!

Alma gêmea da minh’alma,
Se eu te perder, algum dia,
Serei a escura agonia
Da saudade nos seus véus...

Se um dia me abandonares,
Luz terna dos meus amores,
Hei-de esperar-te, entre as flores
Da claridade dos céus...

Letra: Emmanuel (psicografada por Chico Xavier – do livro “Há 2000 Anos”)

Conto Chinês


Diz um conto Chinês que um jovem foi visitar um sábio conselheiro e disse a ele sobre as dúvidas que tinha a respeito de seus sentimentos por uma bela moça.

O sábio o escutou, olhou-o nos olhos e disse-lhe apenas uma coisa: -
Ame-a.
E logo se calou.
Disse o rapaz: - Mas, ainda tenho dúvidas...
- Ame-a - disse-lhe novamente o sábio.
E, diante do desconserto do jovem, depois de um breve silêncio,
disse-lhe o seguinte:
- 'Meu filho, amar é uma decisão, não um sentimento.
Amar é dedicação e entrega.
Amar é um verbo e o fruto dessa ação é o amor.
O amor é um exercício de jardinagem. Arranque o que faz mal, prepare o terreno, semeie, seja paciente, regue e cuide.
Esteja preparado porque haverá pragas, secas ou excessos de chuvas, mas nem por isso abandone o seu jardim.
Ame, ou seja, aceite, valorize, respeite, dê afeto, ternura, admire e
compreenda.
Simplesmente... ame!!!'
Porque:
A inteligência sem amor te faz perverso.
A justiça sem amor te faz implacável.
A diplomacia sem amor te faz hipócrita.
O êxito sem amor te faz arrogante.
A riqueza sem amor te faz avarento.
A docilidade sem amor te faz servil.
A pobreza sem amor te faz orgulhoso.
A beleza sem amor te faz ridículo.
A autoridade sem amor te faz tirano.
O trabalho sem amor te faz escravo.
A simplicidade sem amor te deprecia.
A lei sem amor te escraviza.
A política sem amor te deixa egoísta.
A vida sem AMOR... não tem sentido

Olhar

Olhar é uma coisa;

Ver o que se olha é outra;

Compreender o que se vê é uma terceira coisa;

Aprender com o que se compreende é ainda mais outra;

Mas agir segundo o que se aprende é tudo o que

realmente interessa.

Dirk Erik Wolter

Olharam para ele, e foram iluminados;

e os seus rostos não ficaram confundidos.
Salmos 34:5

quinta-feira, 3 de março de 2011

Momentos com Chico Xavier

“MOMENTOS COM CHICO XAVIER”
(Do livro de Adelino da Silveira)

CASA E CAUSA
Precisamos de muito amor à Casa Espírita, mas de mais amor à Causa Espírita. Se bem que um pouco de amor à Casa ajuda a Causa. Entre a Casa e a Causa, fiquemos sempre com a Causa.

CAIXA POSTAL
Sempre me impressionou o volume de cartas e papéis colocados nos bolsos do paletó do Chico, que, de tanta correspondência, sempre estiveram muito inchados.
Confesso não saber a quem pertence a frase seguinte, mas considero-a de uma rara felicidade:
- O bolso do paletó do Chico é a caixa postal de Deus.

A Caridade Maior?

A Caridade maior?

Haverá algum tipo de caridade que seja maior do que outro? Ou a caridade quando verdadeira, é sempre do mesmo nível?

As duas questões acima levam-nos a meditar sobre essa virtude que é a bandeira, escolhida por Kardec, para lema do Espiritismo: “Fora da caridade não há salvação”. Segundo o ensino do Espiritismo, a nossa prática deve ser voltada para a vivência da sublime virtude. E, para vivê-la, não podemos perder o enfoque dado pelo Apóstolo Paulo, na primeira carta aos Coríntios, quando, inspirado, cantou como ninguém, a excelência da caridade, mostrando que a caridade não se restringe ao simples dar, vai muito além pois significa doação no sentido amplo do amor em ação.

Estas modestas considerações vêm a propósito de uma frase atribuída ao Espírito Emmanuel que teria dito: “A maior caridade que praticamos, em relação a Doutrina Espírita, é a sua divulgação”. Como não vimos, ainda, a citação da fonte de origem da frase, temos procurado pelas obras ditadas pelo mentor de Chico Xavier e não temos encontrado onde o Espírito a teria grafado. Encontramos, sim, no último capítulo do livro, Estude e Viva, editado pela FEB em 1978 e de autoria dos Espíritos Emmanuel e André Luiz, psicografado por Francisco Cândido Xavier e Valdo Vieira, a seguinte assertiva: “... recordemos que o Espiritismo nos possibilita uma espécie permanente de caridade – a caridade da sua própria divulgação”. Vemos, pelo texto, que Emmanuel não fala em maior, mas em permanente o que é muito diferente. Assim, no permanente objetivo de divulgar a Doutrina Espírita, procuremos fidelidade aos textos, além da citação da fonte para ajudar àqueles que desejam se aprofundar na pesquisa e no Estudo do Espiritismo. Aí, sim, a caridade será plena, verdadeira, intensa, profícua. E com isso evitaremos dissabor das distorções tão comuns em todas as doutrinas.

Lembremo-nos, até do Odorico Paraguaçu, inesquecível personagem do seriado “O Bem amado”, exibido pela Rede Globo de TV. Vez por outra ele citava uma frase de efeito e a atribuía a Rui Barbosa. Questionado sobre a origem da frase, sempre arrematava dizendo: “Se Rui Barbosa não disse, deveria ter dito”.

Também nos nossos arraiais, aqui e ali, cita-se uma frase – conveniente ao raciocínio do momento – e atribui-se a esse ou àquele Espírito, o que daria respaldo a afirmativa. Por outro lado, coloca-se na boca dos médiuns, afirmativas que eles nunca fizeram, ou fizeram dentro de um contexto ou de maneira diferente. Como convém, alguns adaptam o sentido aos seus objetivos particulares.

É hora, pois, da permanente caridade da divulgação doutrinária, com zelo, honestidade, precisão, para que tenhamos a prática da virtude, tal qual recomendado pelo Espírito Emmanuel no livro e capítulo supra citados.

Felipe Salomão – Franca – SP

Afinidade

Afinidade
Não é o mais brilhante,
Mas é o mais sutil,
Delicado e penetrante dos sentimentos.
Não importa o tempo, a ausência,…
Os adiantamentos, a distância, as impossibilidades.
Quando há AFINIDADE,
Qualquer reencontro retoma a relação,
O diálogo, a conversa,
O afeto, no exato ponto
De onde foi interrompido.
AFINIDADE é a vitória do adivinhado sobre o real,
Do subjetivo sobre o objetivo,
Ter AFINIDADE é muito raro,
Mas quando ela existe,
não precisa de códigos
Verbais para se manifestar.
AFINIDADE é ficar longe,
Pensando parecido a
respeito dos mesmos fatos.
AFINIDADE é receber o que vem
De dentro com uma
aceitação anterior ao entendimento.
AFINIDADE É SENTIR COM…
AFINIDADE é olhar e perceber…
AFINIDADE é um sentimento singular,
Discreto e independente.
Pode existir a quilômetros de distância.

Arthur da Távola

Jean Yves Leloup

"Todo incêndio começa com uma fagulha. Uma fagulha incandescente que irradia seu calor, sua luz. Uma centelha de Luz que nos desperta ou nos destrói. Vele pelos teus pensamentos eles iluminam, mas eles também podem turvar o mundo. Toda manhã busque a centelha, a fagulha, o lampejo, que faz arder em ti o dia...Não nascemos apenas para ver as coisas, mas para ver o dia onde nos aparecem as coisas...Muitos morrem sem jamais terem "visto o dia"" .

Jean Yves Leloup