quinta-feira, 3 de março de 2011

A Caridade Maior?

A Caridade maior?

Haverá algum tipo de caridade que seja maior do que outro? Ou a caridade quando verdadeira, é sempre do mesmo nível?

As duas questões acima levam-nos a meditar sobre essa virtude que é a bandeira, escolhida por Kardec, para lema do Espiritismo: “Fora da caridade não há salvação”. Segundo o ensino do Espiritismo, a nossa prática deve ser voltada para a vivência da sublime virtude. E, para vivê-la, não podemos perder o enfoque dado pelo Apóstolo Paulo, na primeira carta aos Coríntios, quando, inspirado, cantou como ninguém, a excelência da caridade, mostrando que a caridade não se restringe ao simples dar, vai muito além pois significa doação no sentido amplo do amor em ação.

Estas modestas considerações vêm a propósito de uma frase atribuída ao Espírito Emmanuel que teria dito: “A maior caridade que praticamos, em relação a Doutrina Espírita, é a sua divulgação”. Como não vimos, ainda, a citação da fonte de origem da frase, temos procurado pelas obras ditadas pelo mentor de Chico Xavier e não temos encontrado onde o Espírito a teria grafado. Encontramos, sim, no último capítulo do livro, Estude e Viva, editado pela FEB em 1978 e de autoria dos Espíritos Emmanuel e André Luiz, psicografado por Francisco Cândido Xavier e Valdo Vieira, a seguinte assertiva: “... recordemos que o Espiritismo nos possibilita uma espécie permanente de caridade – a caridade da sua própria divulgação”. Vemos, pelo texto, que Emmanuel não fala em maior, mas em permanente o que é muito diferente. Assim, no permanente objetivo de divulgar a Doutrina Espírita, procuremos fidelidade aos textos, além da citação da fonte para ajudar àqueles que desejam se aprofundar na pesquisa e no Estudo do Espiritismo. Aí, sim, a caridade será plena, verdadeira, intensa, profícua. E com isso evitaremos dissabor das distorções tão comuns em todas as doutrinas.

Lembremo-nos, até do Odorico Paraguaçu, inesquecível personagem do seriado “O Bem amado”, exibido pela Rede Globo de TV. Vez por outra ele citava uma frase de efeito e a atribuía a Rui Barbosa. Questionado sobre a origem da frase, sempre arrematava dizendo: “Se Rui Barbosa não disse, deveria ter dito”.

Também nos nossos arraiais, aqui e ali, cita-se uma frase – conveniente ao raciocínio do momento – e atribui-se a esse ou àquele Espírito, o que daria respaldo a afirmativa. Por outro lado, coloca-se na boca dos médiuns, afirmativas que eles nunca fizeram, ou fizeram dentro de um contexto ou de maneira diferente. Como convém, alguns adaptam o sentido aos seus objetivos particulares.

É hora, pois, da permanente caridade da divulgação doutrinária, com zelo, honestidade, precisão, para que tenhamos a prática da virtude, tal qual recomendado pelo Espírito Emmanuel no livro e capítulo supra citados.

Felipe Salomão – Franca – SP

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