quinta-feira, 24 de março de 2011

O bem

"O homem, por sua vontade e ações, pode fazer com que os acontecimentos que deveriam ocorrer não ocorram, e vice-versa? – Pode, desde que esse desvio aparente caiba na ordem geral da vida que escolheu. Depois, para fazer o bem, como é seu dever e único objetivo da vida, ele pode impedir o mal, especialmente aquele que poderia contribuir para um mal maior." (O Livro dos Espíritos, Q. 860). Por este questionamento feito por Allan Kardec, podemos chegar a algumas conclusões: o Livre Arbítrio, poder de escolha do ser inteligente, obedece uma hierarquia onde a condição de espírito errante se impõe a de encarnado, quanto a elaboração e vivência do projeto reencarnatório, que visa a evolução moral do mesmo; existe uma flexibilidade no planejamento reencarnatório, deixando-nos claro a presença da misericórdia Divina, ao permitir alterações em nossas vidas; a prática do Bem é dever e único objetivo de vida para o espírito.

Esta última conclusão nos direciona diante da vida, porque deixa claro que se quisermos mudar nossas vidas para melhor, evitando acontecimentos menos felizes, será necessário mudar a forma de pensar e agir, desenvolvendo a vontade, quase sempre vacilante.

A nossa preocupação maior deve ser o aproveitamento de cada oportunidade de fazer o bem, instante a instante, das pequenas ações e favores do cotidiano a ações mais avantajadas rumo ao socorro e desenvolvimento da dignidade humana. Como nossas ações interferem, direta ou indiretamente, na vida das pessoas - o próximo - a reflexão antes da concretização se faz necessária para que possamos ter como resultado o bem estar nosso e alheio. É o que nos garante a lei de ação e reação.

Quando o Codificador insere "por sua vontade e ações" no questionamento, deixa claro que a inércia, a lamentação, o desculpismo e acusações quanto ao estado de nossas vidas são mecanismos ineficazes e complicadores ainda maiores, em função da mesma lei de ação e reação, uma vez que somos responsáveis pelo mal que praticamos e pelo bem que deixamos de fazer.

Concluindo, se não estamos satisfeitos com o estado de nossas vidas, ou tememos a "cobrança" do passado, o único caminho a tomar é mudar os valores íntimos, desenvolver a vontade e agir. Mas agir no bem, constante e sistematicamente, disciplinadamente, condicionando nossos espíritos a servir naturalmente de forma que o volume das boas ações, desinteressadas, possa se sobrepor aos erros do passado, fortalecendo e aliviando nossas consciências, que proporcionará, por sua vez, o estado de felicidade íntima que tanto buscamos. Antônio Carlos Navarro C. E. Francisco Cândido Xavier São José do Rio Preto - SP 31.12.2009

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