O NASCER PARA O ALÉM
quinta-feira, 1 de novembro de 2012
O Nascer para o Além
O NASCER PARA O ALÉM
Há quem morra todos os dias.
Morre no orgulho, na ignorância, na
fraqueza.
Morre um dia, mas nasce outro.
Morre a semente, mas nasce a flor.
Morre o homem para o mundo, mas nasce
para Deus.
Assim, em toda morte, deve haver uma
nova vida.
Esta é a esperança do ser humano que
crê em Deus.
Triste é ver gente morrendo por
antecipação...
De desgosto, de tristeza, de solidão.
Gente empurrando a vida, gritando, se
perdendo, excedendo no seu morrera cada dia que passa.
E a ausência cumpre o seu papel!...
É a lembrança de nossos mortos,
despertando, em nós, o desejo de abraçá-los outra vez.
Essa vontade de rasgar o infinito para
descobri-los.
De retroceder no tempo e segurar a
vida.
Ausência: - porque não há formas para
se tocar a presença que se pode sentir.
Essa lágrima cristalizada, distante e
intocável, insiste em ser o remédio para curar a saudade, que vive machucando o
coração.
Esse infinito rolando sobre a nossa
pequenez. Esse céu azul e misterioso.
Ah! Aqueles que já partiram!
Aqueles que viveram entre nós, que
encheram de sorrisos e de paz a nossa vida.
Foram embora deixando um vazio
inconsolável, que a gente, às vezes, disfarça para esquecer.
Deles guardamos até os mais simples
gestos.
Sentimos, quando mergulhados em
oração, o ruído de seus passos e o som de suas vozes.
A lembrança dos dias alegres, daquela
mão nos amparando.
Daquela lágrima que vimos correr, da
vontade de ficar quando era hora de partir.
Ah! Essa vontade de rever aquele
rosto.
Esse arrependimento de não ter dado
maiores alegrias.
Essa prece que nunca diz tudo.
Esse soluço que morre na garganta...
Esta saudade do tamanho do infinito
caindo sobre nós.
Bendita Doutrina Espírita!
Que nos trás, sem doer, a lembrança
dos que já foram para a eternidade.
Que torna as ausências tão cheias de
presença!
Que faz a morte tão cheia de vida, e
de esperança!
Texto: Padre Jeronymo
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