terça-feira, 27 de setembro de 2011

Cecília ao órgão


“Guardei para os teus olhos
As estrelas brilhantes do céu calmo...

Guardei para tua alma
Todos os lírios puros dos caminhos!...
Amado meu, amado meu,
Como é longa a viagem entre escolhos
Neste oceano imenso da saudade,
Ao sublime luar da eternidade!...
Em vão, a fada Esperança
Acende a luz dentro de mim...
Porque te foste ao mundo, assim?

Volta, amado!
Ainda mesmo
Que as tuas mãos estejam frias
E que teus pés sangrem de dor.
Trago comigo o bálsamo, a ternura,
Volta a mim,
Vem respirar, de novo, no jardim
Da Imortal união!...
Curarei tuas chagas de amargura,
Dar-te-ei o roteiro para a estrada,
Amarei os que amas,
Para que me abençoes com o teu sorriso.
Volta, amado!
Esquece a dor e a sombra do passado,
Volta, de novo, ao nosso paraíso!...”

Do livro: Os Mensageiros
Psicografia: Chico Xavier
Espírito: Andre´Luiz

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Música por Franz Liszt


"A música é o coração da Vida. Através dela fala o amor. Sem ela não há bem possível e com ela tudo é harmonioso."

Franz Liszt
(pianista e compositor austríaco de origem húngara - 1811-1886)

Estesia - Rabindranath Tagore



CANTO VII

Quando ele chegou à minha casa eu nada possuía para oferecer.
Sentou-se ao meu lado, e a sua beleza deu-me dimensão
da minha insignificância.
Fiquei humilhado e quis fugir.
Não lhe podia ouvir a voz, envergonhado pela minha pobreza.
E ele que havia escolhido a minha pequenez, para
engrandecer-me com a luz da sua compreensão!
Quando partiu, é que verifiquei haver nas minhas
necessidades a fortuna do orgulho que me compete vencer,
a fim de que, de outra vez, ele me enriqueça de paz.
**********
CANTO XIV

Só Tu és o meu Deus e o meu Senhor!
Quando Te busco na pradaria ou nas constelações, na água
do rio ou no vento dos espaços, na corça assustada ou no
elefante lento, onde quer que seja fora de mim, eis que lá estás,
sem que tenhas saído de dentro do meu coração.
Tu és o meu alento de vida e a força universal, o pulsar das
galáxias e o coaxar dos sapos, o Amor, o Amante e o Amado...
Tu me bastas, meu Rei, e me inundas de alegria, ante o
singelo fato de recordar-me de Ti.
Porque estás em mim, eu me respeito e me amo, tornando-me
pousada tranqüila para o repouso dos Teus pés viajeiros.
Para que me preocupar com os nomes que te dão?
Só Tu és o meu Deus e o meu Senhor!
E o és porque me conheces e eu Te conheço também.
**********
CANTO XXII

Quem disse que “amar é sofrer”, jamais amou.
O beijo do ar da madrugada desperta a vida que dorme.
O sorriso da lua engrinaldada de estrelas diminui as sombras.
A carícia do sol vitaliza todas as coisas.
E a chuva que lava a terra, e reverdece o chão, e abençoa o
mundo,correndo no rio, esvoaçando na nuvem esgarçada,
são as tuas expressões de amor.
Construtor real, demonstrando o teu poder, a tua
grandeza e a minha pequenez.
Quem ama, sempre doa, e não sofre, porque ama.
O amor é luz e pão, é ar e paz.
Quem diz que amar é sofrer ainda está esperando
pelo amor e jamais amou.
**********
Rabindranath Tagore


Pacificar

Pacificar

Não perturbe. Tranquilize.

Não grite. Converse.

Não critique. Auxilie.

Não acuse. Ampare.

Não se irrite. Sorria.

Não fira. Balsamize.

Não se queixe. Compreenda.

Não cndene. Abençõe.

Não exija. Sirva.

Não destrua. Edifique.

Recorde: a Humanidade é uma coleção de grupos e a paz do grupo de corações a que pertencemos começa de nós.

***
Nunca desconsidere o valor da sua dose de solidão, a fim de aproveitá-la em meditação e reajuste das próprias forças.

***
Nas dificuldades do dia-a-dia, esqueça os contratempos e siga em frente, recordando que Deus esculpiu em cada um de nós a faculdade de resolver os nossos próprios problemas.

***
Se você guarda inclinação para tristeza, este é o ensejo de meditar na alegria da vida e de aceitar-lhe a mensagem de renovação permanente.


******

Livro: Respostas da Vida
Espírito: André Luiz
Médium: Francisco Candido Xavier

terça-feira, 13 de setembro de 2011

Reencarnação e Desencarnação


Encarnação é o mecanismo básico pelo qual evoluem os indivíduos, espiritualmente e biologicamente, fazendo assim, evoluir também o meio onde atuam e se relacionam, dando então, sua parte de colaboração na co-criação menor do mundo onde vivemos[1].
Publicado por José Aparecido em 12 setembro 2011 às 17:46 em Artigos Espíritas

REENCARNAÇÃO E DESENCARNAÇÃO
Décio Iandoli Júnior

Presenciamos hoje, uma avalanche de novas possibilidades trazidas pelo avanço científico, abrindo frentes para novas tecnologias que instrumentalizam uma profunda interferência sobre os seres vivos e sobre nós mesmos, tudo isso numa velocidade muitíssimo maior que nossa capacidade de estabelecer os conceitos éticos necessários para desenvolvê-las com segurança.
Diante disso, o Espiritismo, devido ao seu inédito e ainda pouco compreendido tríplice aspecto; ciência, filosofia e religião; toma a dianteira, já que, há 150 anos discute questões como: Quando começa a vida?
Na questão 136 do OLE encontramos o seguinte texto:
“(...) Antes do nascimento, não há ainda união definitiva entre alma e corpo; enquanto que depois que essa união está estabelecida, a morte do corpo rompe os laços que o unem à alma, e a alma o deixa.(...)”[2]
André Luiz, no livro “Missionários da Luz” nos esclarece que a reencarnação inicia-se na fecundação e se completa por volta dos sete anos de idade, já que é um processo e, portanto, não possui um ponto limite, uma fronteira à não ser seu início e seu fim.
É claro que, o conhecimento científico ao tempo de Kardec, impossibilitava o entendimento de detalhes como os que nos foram dados por André Luiz, mas fica claro que a vida encarnada tem início na fecundação, mesmo que o processo só se conclua aos sete anos. Quem ousaria dizer que uma criança não é um ser encarnado?
Deixando um pouco de lado o conteúdo da literatura espírita e buscando essa mesma resposta nos livros de biologia, embriologia e genética, vamos encontrar o seguinte conceito: A vida de um novo ser inicia-se com o “zigoto”, ou seja, após a união dos núcleos dos gametas masculino e feminino. Nenhuma nova informação ou tecnologia desenvolvida pela biologia até hoje, trouxe qualquer tipo de dado que possa questionar este dado.
Concluímos então que, tanto pela ciência estabelecida, quanto pelas informações doutrinárias espíritas, não podemos e não devemos questionar o fato de ser, o início da jornada encarnatória, coincidente com a fecundação, seja qual for o método pelo qual ela se dê, in vitro ou in vivo.
Como sabemos, o espírito materializa seu corpo físico através do perispírito, sendo este causa imediata e instrumento intermediador ao mesmo tempo, posto que possibilita ao espírito sua manifestação como corpo biológico, estruturando a partir de sua individualidade (espírito); possibilidades genéticas (genoma); condições ambientais (meio sócio-cultural); e fatores cosmológicos (influências eletromagnéticas sutis sobre os campos biológicos), uma personalidade que se desenvolverá gerando aprendizado e evolução, para ao final deste ciclo, acrescentar à sua individualidade, tudo aquilo que amealhou com a experiência.
O Dr. Ian Stevenson, emérito psiquiatra da universidade da Virginia nos EUA, por conclusão de suas pesquisas que duraram mais de 40 anos, estabeleceu os mesmos conceitos que colocamos acima, ou seja: a personalidade atual é formada a cada encarnação, sendo definida por ele como sendo o conjunto de características expressas, ou com possibilidades de se expressar, sendo assim, uma manifestação parcial de uma individualidade muito maior e mais complexa, que evolui na medida de suas experiências reencarnatórias, e construída por intermédio do que ele chamou de psychophore, organizando e orientando as células embrionárias na determinação das formas orgânicas[3].
O final deste ciclo orgânico biológico se dá pelo processo inverso, ou seja, a desvinculação do perispírito de seu veículo de manifestação física, fenômeno que é também um processo, por isso, com limites ainda imprecisos para os nossos olhos.
Se na encarnação podemos definir com bastante precisão o início e o fim do processo, para o desencarne a dificuldade é maior, já que a mesma questão 136 de OLE nos assevera que:
“(...) A vida orgânica pode animar um corpo sem alma, mas a alma não pode habitar um corpo privado de vida orgânica.”[4]
Ou seja, podemos ter vitalidade em um corpo cuja alma já desencarnou, o que dificulta muitíssimo o diagnóstico do momento do desencarne que pode não coincidir com o momento da morte biológica.
Na questão 155 de OLE, Kardec é mais direto e pergunta se há uma linha de demarcação bem nítida entre a vida e a morte, obtendo a seguinte resposta:
“-Não, a alma se liberta gradualmente e não se escapa como um pássaro cativo que ganha subitamente a liberdade. Esses dois estados se tocam e se confundem (...)”.
O processo pode levar horas, dias, semanas, meses ou anos, dependendo da quantidade de fluido vital que ainda existe no organismo biológico e do grau de apego do espírito à matéria, gerando durante este período, um estado de perturbação que só terminará com o completo desenlace do perispírito.
No campo da ciência, ainda hoje, o momento de se decretar a morte é controverso, o que mais uma vez mostra uma coerência com a revelação espírita. Não temos condições de verificar, sem sombra de dúvidas, se determinada pessoa já esta morta ou não.
Lembrando-se sempre que não se deve cortar o que pode ser desatado, e conjeturando as dificuldades que temos para determinar o momento do desencarne, devemos nos abster de proceder qualquer tipo de ato que possa abreviar artificialmente a vida (eutanásia), o que não significa sobremaneira, admitir uma postura de obstinação terapêutica sobre uma pessoa cuja morte é, sabidamente, inevitável e cuja recuperação é impossível (distanásia).
Ficamos com a “morte natural” como sendo o ideal, situação que fica exatamente entre a eutanásia e a distanásia, mas cujos limites são igualmente imprecisos, pedindo àquele que assiste o desencarne, alguma sensibilidade, única maneira de se portar até que tenhamos condições de estabelecer a ausência da alma, de forma incontestável, por intermédio de algum recurso diagnóstico complementar; quem sabe um detector de campos biomórficos, por meio do qual solicitaríamos ao radiologista um “perispiritograma” a fim de verificar o andamento do desencarne.
Como conta a Dra. Marlene a respeito de um comentário do nosso querido Chico Xavier:
“Morrer é fácil, difícil é desencarnar”
O processo do morrer se dá tal qual a metamorfose da lagarta em borboleta, que primeiro fica imóvel, tecendo um casulo que a possibilitará, por histólise e histogênese, transformar-se em uma borboleta para o renascimento para o mundo espiritual.
Quando nascemos, vimos de um processo de nove meses aonde vamos construindo lentamente nossos laços com a carne, gestados pelo amor de nossa mãe, para em determinado e crucial momento, virmos à luz com o auxílio de um obstetra ou obstetriz, que nos recebe e procede a desconexão de nosso cordão umbilical; mesmo assim, permanecemos por um bom período de tempo torporosos, desconfortáveis com nossa nova situação, necessitando auxílio para nossa proteção e alimentação.
No nosso desencarne procede-se o mesmo, em sentido contrário, pois começamos a gestar nossa desconexão com a carne num processo que, de maneira geral, é mais tranqüilo quanto mais longo for, amparados pelo amor dos que nos aguardam “do outro lado”, como fez nossa mãe (muitas vezes e ela mesma que nos gesta de volta), para que, no momento crucial, irmos à luz, com o auxílio de um obstetra ou obstetriz, que nos recebe e procede a desconexão de nosso cordão de prata, liberando-nos do corpo físico, ao que se seguirá um período de torpor, desconfortáveis com nossa nova situação, necessitando auxílio para nossa proteção e recuperação.
Nascer e morrer são duas faces da mesma moeda, dois aspectos de um mesmo processo, fundamental para nosso desenvolvimento. Sendo assim, ao nascermos estamos morrendo para os que nos aguardam no plano espiritual, e ao morrermos estamos nascendo de volta para ele.
Diante desta constatação, lembro-me de uma frase atribuída a Confúcio que diz:
“Feliz é aquele que, ao nascer, chora enquanto todos riem, e ao morrer, ri enquanto todos chora


[1] Conceito colocado por André Luiz no livro “Evolução em Dois Mundos”
[2] Grifos nossos
[3] In: Where Reincarnation and Biology Intersect, de Ian Stevenson
[4] Grifos nossos
Décio Iandoli Júnior (Santos/SP)

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Exaltação

-->
EXALTAÇÃO
Tagore
Livro Pássaros Livres

Senhor meu, meu Rei:
eu vos amo, com a igual delicadeza com
que a brisa rocia a flor pela madrugada;
eu vos adoro, com o mesmo entusiasmo da ave canora
saudando o dia; eu vos respeito, com a ternura semelhante
à da criança sorridente com o seu reflexo na água tranqüila
da fonte; eu vos busco, com a força da fome devoradora do c
oração em soledade; eu vos bendigo, com o ritmo da música
silenciosa dos astros no zimbório, cantando a sonata de
luz em plena noite; eu vos necessito, como o órfão ao pai;
eu vos espero, como a noiva ansiosa aguarda o futuro nubente...
Por isso, a minha prece é despida de atavios, de rogativas, de necessidades, e feita de sublime desejo, que expresso, dizendo:
“Rasga, rasga, com o Teu punhal de luz toda a sombra que me envolve,
a fim de que Tu somente, em domínio total, no país do meu ser,
Te tornes o Senhor que me domina e me agrada sem cessar.”