segunda-feira, 15 de agosto de 2011

E assim falava Jesus

Aqueles que me dizem: “Senhor! Senhor! Não entrarão todos no reino dos céus, mas só aquele que faz a vontade de meu Pai que está nos céus.”

Escutai essas palavras do Senhor, vós todos que repelis a Doutrina Espírita como uma obra do demônio. Abri os vossos ouvidos, pois o momento de ouvir chegou.

Basta trajar a libré do Senhor para ser um fiel servidor? Basta dizer: “Eu sou cristão”, para seguir o Cristo? Procurai os verdadeiros cristãos e vós os reconhecereis por suas obras. “Uma árvore boa não pode produzir maus frutos, nem uma árvore má produzir bons frutos”. “Toda árvore que não produz bons frutos é cortada e lançada ao fogo”. Eis as palavras do Mestre; discípulos de Cristo, compreendei-as bem. Quais são os frutos que deve produzir a árvore do Cristianismo, árvore poderosa cujos ramos espessos cobrem com a sua sombra, uma parte do mundo, mas que ainda não abrigaram todos aqueles que devem se reunir ao seu redor? Os frutos da árvore de vida são os frutos de vida , de esperança e de fé. O cristianismo, tal como o fez durante muitos séculos, prega sempre essas divinas virtudes; procura espalhar os seus frutos, mas quão poucos os colhem! A árvore é sempre boa, mas os jardineiros são maus. Eles quiseram conformá-la à sua idéia; quiseram modelá-la segundo as suas necessidades; eles a cortaram, diminuíram-na, mutilaram-na; seus ramos estéreis não produzem maus frutos, pois nada mais produzem. O viajor sedento que se detém sob sua sombra para procurar o fruto da esperança que deve lhe restituir a força e a coragem, não distingue senão ramos infecundos fazendo pressentir a tempestade. Em vão, ele procura o fruto de vida na árvore de vida: as folhas caem secas; a mão do homem de tanto manejá-las queimou-as.

Abri, pois, os vossos ouvidos e os vossos corações, meus bem-amados! Cultivai essa árvore de vida cujos frutos dão a vida eterna. Aquele que a plantou vos convida a cuidá-la com amor, e a vereis produzir ainda, com abundância, seus frutos divinos. Deixai-a tal como o Cristo vô-la deu: não a mutileis: sua sombra imensa quer se estender sobre o Universo; não encurteis seus ramos. Seus frutos benfazejos caem em abundância para sustentar o viajor sedento que quer atingir o objetivo; não os colheis, esses frutos, para os guardar e os deixar apodrecer, a fim de que não sirvam a ninguém. “Há muitos chamados e poucos escolhidos”; há açambarcadores do pão de vida como os há, freqüentemente, para o pão material. Não vos enfileireis entre eles; a árvore que produz bons frutos deve distribuí-los para todos. Ide, pois, procurar aqueles que estão sedentos; conduzi-os sob os ramos da árvore e dividi com eles o abrigo que vos oferece. “Não se colhem uvas dos espinheiros”. Meus irmãos, distanciai-vos, pois, daqueles que vos chamam para vos apresentar as dificuldades do caminho, e segui aqueles que vos conduzem à sombra da árvore de vida.

O divino Salvador, o justo por excelência, disse, e suas palavras não passarão: “Aqueles que me dizem: Senhor! Senhor! Não entrarão todos no reino dos céu, mas só aqueles que fazem a vontade do meu Pai que está no céu.”

Que o Senhor de bênçãos vos abençoe; que o Deus de luz vos ilumine; que a árvore de vida derrame sobre vós seus frutos com abundância! Crede e orai.


(Simeão – Bordéus, 1863 – O Evangelho 2º o Espiritismo)

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