Há, entretanto, um outro olhar, que não olha para as estrelas por preferir os jardins. Deus começou sua obra criando as estrelas, mas terminou-a plantando um jardim… A se acreditar nos poemas sagrados, Deus ama acima de tudo, mais que as estrelas, o jardim. Deus ama mais os jardins, porque ama mais a vida que as pedras.
Árvores, arbustos, flores são seres vivos. Neles não há nada que seja permanente. Tudo muda sem parar. Uma folha, que estava verde seca e cai. Uma planta que se planta hoje será arrancada amanhã. Um galho onde um pássaro fez um ninho, apodrece e tem que ser cortado. O jardim, como a música, tem sua beleza nas constantes e imprevisíveis transformações.
Os astrônomos olham para os céus e podem determinar com precisão a verdade do astro que estão examinando. Os jardineiros olham para o jardim e não podem determinar nada com precisão. Porque a vida não é uma estrela. O jardineiro não olha para as estrelas para decidir o que fazer com seu jardim. Ele observa a paisagem, examina cada uma das plantas – o que foi verdade ontem pode não ser verdade hoje -, vê as transformações, imagina possibilidades não pensadas, cria novos cenários… (…) Os jardins são seres do tempo. Mudam sem cessar. Nada permanece.
Quem não planta jardim por dentro, não planta jardins por fora e nem passeia por eles.
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