segunda-feira, 4 de março de 2013

Fédon de Elis disse ao sábio Sócrates


Querido amigo, por favor, esclareça-me a respeito do caminho da sabedoria. Estou confuso com tantas opiniões diferentes.
Um sábio de Atenas ensinou-me Filosofia e iniciou-me nas artes espirituais. Mostrou-me o valor das coisas simples da vida.
Ensinou-me a apreciar a beleza das flores, o canto dos pássaros, o sorriso das pessoas, os sentimentos da música e o estudo inteligente das capacidades humanas.
Fez-me ver a importância de viver e lutar pelos bons princípios.
Aprendi com ele o valor da ação positiva, a participação sadia nas questões humanas e espirituais.
Porém, conheci um andarilho místico, pessoa de grande encanto e cordialidade, com quem estudei durante algum tempo.
Ensinou-me que toda ação é transitória, pois tudo segue o curso da evolução naturalmente.
Explicou-me que as ações externas não são muito importantes.
Disse-me que a viagem pelo interior de nós mesmos é a mais importante.
Aprendi com ele que tudo é relativo e que nossas ações podem ser fruto de nossas ilusões sensoriais.
Caro Sócrates, um mestre estimulou-me a agir no mundo e o outro a desligar-me das coisas externas e seguir um caminho puramente espiritual.
Qual dos dois tem razão?
Qual é o melhor caminho, o externo ou o interno?
O sábio grego estava sentado ao lado de Apolodoro.
Calado, levantou-se e colheu uma flor de um jardim próximo.
Inspirado, começou a rir e conversar com a flor.
Disse-lhe:
“Minha pequena amiga, o que acha da pergunta de Fédon?
Ele deve ir para dentro ou para fora?
Tenho certeza de que você sabe a resposta.
As potências divinas devem ter inserido no desabrochar de suas pétalas a sabedoria da natureza.
Ensine-me o que o céu, o sol, a lua, as estrelas, a terra, a chuva e a luz divina lhe ensinaram.
Revele-me a sabedoria de sua simplicidade, terna amiga flor”.
Sócrates encostou suavemente a flor em seu peito e fechou os olhos.
Ficou em sintonia com ela por vários minutos.
Enquanto isso, Fédon e Apolodoro observaram o desenrolar daquela cena inesquecível:
O maior sábio da Grécia consultando uma flor.
Quando Sócrates abriu os olhos havia um brilho maravilhoso em seu semblante.
Sentou no chão e começou a rir novamente.
Chamou os dois discípulos para sentar com ele e disse-lhes:
Essa flor tem mais sabedoria do que todos os livros de Filosofia do mundo.
Disse-me que o sol brilha tanto porque tem uma luz invisível inspirando-o dentro de seu núcleo.
Contou-me que cada elemento da natureza lhe serve de referência em seu aprendizado.
Aprendeu com a terra, a firmeza;
Com a luz da lua, a suavidade;
Com a chuva, a adaptabilidade ao meio;
Com o céu, a amplitude dos horizontes.
Dentro de si mesma aprendeu a meditar, ponderar e fluir com o ciclos da natureza.
Dentro de seu equilíbrio interno, seguiu o fluxo de sua própria natureza e desabrochou para o mundo sua beleza, sua cor e seu perfume.
Não seguiu caminho algum, de dentro ou de fora.
Apenas expandiu-se em sua própria essência. Ela apenas vive e cumpre sua missão na vida:
“ser uma maravilha da natureza e foco de inspiração de sábios, místicos, poetas, músicos, artistas e pessoas de coração aberto”.
Meus caros Fédon e Apolodoro, o caminho da sabedoria é o caminho da flor.
É apenas SER!
Se viajarmos para dentro encontraremos essa luz em nosso coração.
Se viajarmos para fora a encontraremos nos outros corações e no coração da própria vida.
Foi isso que a flor me disse:
“a luz divina está em tudo!”
Caminhos de dentro ou de fora, são apenas caminhos da luz.
Alegrem-se, a sabedoria é uma caminho sem fronteiras!

Um comentário:

  1. Ah, estava tão tristinha ontem, entro aqui agora e leio esse maravilhoso texto e reflito sobre minha vida! Temos que nos atentar ao ser, às nossas verdadeiras essências, à nossa vivência, à experiência de vida que carregamos à cada passo, à cada boa conversa, à cada entendimento da vida! Isso sim é ser, e é o verdadeiro tesouro que iremos levar quando partimos para um 'outro plano'. As pessoas não entendem isso, ficam guardando aquilo que não poderá levar para a outra vida que terá. Não se experienciam, apenas desconfiam, magoam, traem, mau tratam, e não dão valor ao verdadeiro amor da vida! Temos que nos atentar, e viver a verdadeira essência da vida, ter intensidade em nossas vivências... isso sim é viver!

    Obrigada por esse post!

    Deus te abençoe.

    Beijos, Linda Minha! =)

    Cáhh Chaves.

    ResponderExcluir